A gestão de crise covid tem sido fundamental para muitas empresas prosseguirem com seus negócios, tendo em vista que, com a retomada das atividades econômicas, elas continuaram sendo necessárias.
No entanto, pode-se dizer que a crise causada pela covid-19 também trouxe algumas lições para as empresas, dentre as quais diversas companhias tiveram que aprender a se readaptar para contornar a situação.
Como boa parte das empresas constataram que é possível que ocorra outras doenças pandêmicas desse nível, elas já estão preparando ações que visem passar por estes cenários sem que haja um negativo impacto para elas, se baseando na gestão de crise covid que estão utilizando neste momento.
E com essa nova paisagem, alguns membros do Conselho Empresarial da Ásia, que juntos empregam diretamente cerca de 3 milhões de pessoas, sugerem 3 lições para as empresas se adaptarem à nova realidade.
Maior responsabilidade pelos funcionários e colaboradores
Uma das primeiras lições sobre a gestão de crise covid que os membros do conselho empresarial da ásia indicam é sobre a responsabilidade e o interesse maior pela saúde e segurança de seus funcionários.
Isso é necessário durante a pandemia, dado que a probabilidade de transmissão no local de trabalho é alta.
Os hábitos e protocolos de gestão de crise covid desenvolvidos durante esta pandemia prolongada provavelmente persistirá.
Doenças como o Covid-19 são identificadas como uma ameaça significativa ao nosso mundo fortemente vinculado, tendo em vista a globalização, e a pandemia atual provavelmente será a primeira de muitas.
O Covid-19 levou muitas empresas a acordar para a realidade de que suas responsabilidades com os funcionários não terminam quando eles saem do trabalho.
A disposição das empresas em assumir a responsabilidade pelos funcionários é mais forte na Ásia do que nos Estados Unidos, dado que o envolvimento das empresas asiáticas na vida dos funcionários e o senso de responsabilidade do empregador são comuns na região.
Se isso se traduzir em uma preocupação holística com o bem-estar dos funcionários, será um desenvolvimento positivo.
No entanto, a preocupação com a saúde dos trabalhadores é uma faca de dois gumes, dado que trabalhadores mais saudáveis são trabalhadores mais produtivos, mas quanta vigilância corporativa do corpo de um indivíduo é aceitável?
Existem preocupações legítimas com a privacidade, embora até agora elas tenham sido descartadas com a noção de que as pessoas estão dispostas a tolerar uma perda de privacidade para uma vida melhor. Porém, uma reação contra essa vigilância invasora não pode ser descartada. As empresas precisarão inovar com cuidado.
As empresas têm questões imediatas a considerar. O que acontece com o funcionário que se afasta do trabalho com febre alta? De quem é a responsabilidade de cuidar dela? A resposta para isso varia de empresa para empresa e de país para país. Claramente, não é suficiente deixá-la cuidar de si mesma.
Aceleração no processo de transformação para o digital
Outra lição ensinada para as empresas em relação a gestão de crise covid é uma das mais óbvias, mas de fundamental importância: a aceleração no processo de transformação para o digital.
Estimulados pela necessidade de acomodar o trabalho remoto, estamos vivendo em um mundo cada vez mais desmaterializado.
As chamadas de vídeo e a computação em nuvem tornam a presença física opcional. A pandemia obrigou as empresas a acelerar os investimentos digitais transformacionais.
E com essa aceleração, há uma consequência indireta para a terceira lição, que é sobre os empregos.
Com trabalho remoto, contratações por meio virtual seria tendência?
Por fim, outra lição que a gestão de crise covid ensinou foi a respeito da tendência de trabalhos remotos.
Segundo o site Forbes, algumas empresas fizeram uma pausa nas reestruturações e contratações, tendo em vista que uma combinação de crescimento econômico mais fraco e novos investimentos digitais poderá impedir a necessidade de funcionários.
As forças de vendas físicas darão lugar aos profissionais de marketing digital. Isso pôde ser observado através da gestão de crise covid que diversas empresas adotaram, como a adesão do E-commerce em seus negócios.
Os planos de reengenharia de negócios – que significam reestruturações da força de trabalho – têm nova urgência. Quando a sobrevivência está em jogo, decisões difíceis podem ser tomadas.
Essas tendências no nível da empresa podem levar a repercussões políticas. Se menos trabalhadores forem necessários por causa da digitalização, a Ásia começará a ver o desemprego aumentar para o estilo europeu? Haverá um aumento correspondente nos custos da previdência social? Ou muda para uma renda básica universal que garanta uma renda mínima a todos?
A educação será a chave do sucesso em uma economia mais intensiva em conhecimento.
É claro que a digitalização e a perda de empregos estão conosco há algum tempo, mas emergências como pandemias forçam a ação.
O Covid-19 está acelerando o ritmo da mudança. O resultado poderia ser um mundo com maiores oportunidades para mais pessoas, um mundo de pessoas mais saudáveis.
Ou poderia ser um futuro distópico no qual um pequeno número de trabalhadores ricos do conhecimento e seus aliados políticos usam as ferramentas de vigilância e digitalização para proteger seus privilégios contra um número muito maior de pessoas que não têm.
As decisões que tomamos à medida que o pânico desaparece contribuem bastante para responder a essas perguntas. Este não é um momento de imprudência, pois as decisões tomadas em tempos de crise tendem a ficar trancadas e a permanecer. Desta vez, testará empresas e países. A liderança em todos os níveis será posta à prova.
Fonte: Forbes
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