Com o impacto da crise gerada pela pandemia, diversos comércios tiveram uma queda no consumo, ocasionando no fechamento do comércio e na procura por créditos para pequenas empresas covid.
Segundo o levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), há uma estimativa de solicitações de créditos para MPE’s de 75%, sendo maior do que em 2019.
No entanto, com o restrição dos bancos privados, que estão adotando posturas mais conservadoras, projetando maior risco de sofrerem “calote”, faz com que os créditos para pequenas empresas covid seja mais escasso.
Para compreender melhor os impactos destas demandas, o estudo da FGV traçou três cenários:
Todos constataram que o apoio dos bancos será insuficiente para evitar falências, e perante a isso, haverá um aumento expressivo no número de desempregados em um futuro próximo.
No melhor deles, as instituições financeiras deixarão de fornecer 116 bilhões de reais a esse público. E no pior cenário, a demanda não atendida será de 289 bilhões de reais.
Micros e Pequenas empresas sofrem com a escassez de créditos para pequenas empresas covid
Atualmente no Brasil, há 9,8 milhões de empreendimentos classificados como microempreendedor individual (MEI) – 6,6 milhões de microempresas (ME) e 900.000 empresas de pequeno porte (EPP)
Devido à retração e ausência de créditos para pequenas empresas covid, elas são as companhias que mais tendem a sofrer durante a pandemia de covid.
De acordo com Lauro Gonzales, professor e coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, destaca que seja bem provável termos um cenário de número elevado de falências e de pessoas desempregadas, tendo em vista que não há sinais evidentes de que o créditos para pequenas empresas covid estejam chegando a elas.
Gonzales ainda comenta que: “Algumas situações de acesso ao crédito por parte das micro e pequenas empresas foram postas no papel pelo governo, mas pouco, de fato, entrou em prática.”
Consequências das limitações da oferta de créditos
Os resultados da limitação da oferta de créditos para pequenas empresas covid, faz com que os recursos próprios sejam empregados para aporte em capital fixo, e caso haja alguma sobra, utilizados para investimentos em capital de giro.
E como o excedente geralmente é insuficiente, as vendas passam a ser cruciais para a necessidade de capital de giro. Usa-se, por exemplo, o método de antecipação de recebíveis de vendas em cartões de crédito.
No entanto, devido às consequências da pandemia, as vendas caíram abruptamente, e como resultado, as micros e pequenas empresas perderam uma importante fonte de financiamento.
Sem acesso ao créditos para pequenas empresas covid nos bancos, elas tendem a adotar medidas para compensar a falta de recursos, como a realização de demissões no seu quadro de funcionários.
Segundo Gonzales, mesmo com estas medidas e ajustes adotados, as empresas ainda precisam de créditos para atravessar a crise. Dessa forma, o acesso ao créditos para pequenas empresas covid é importante para que seja possível mitigar os efeitos da crise, e não gerar uma sobrecarga de desemprego no país.
Demanda por créditos em cada setor são altas
Conforme a pesquisa realizada, a demanda de potencial créditos dividida por setores é maior para o comércio varejista, dado ser um setor severamente afetado pela crise, sobretudo, no mês de abril.
Se ao todo, a demanda estimada seria da ordem de 472 bilhões de reais, o comércio varejista seria responsável por 172,6 bilhões de reais, ou 36,5% desse montante.
Já em relação a categoria denominada pelo estudo como “outros setores”, composta por agropecuária, eletricidade e gás, água e esgoto, comércio atacadista, atividade imobiliária, dentre outros – aparece na segunda posição do ranking, com a necessidade de 81,4 bilhões de reais em créditos.
A solicitação por créditos são seguidas pelos setores de Alimentação (39,4 bilhões de reais), da Indústria da Transformação (27,5 bilões de reais), Comércio e Reparação de Veículos (27 bilhões de reais), Atividades Administrativas (24,4 bilhões de reais) e Construção (23,5 bilhões de reais).
Dessa maneira, cabe a decisão do governo federal tirar as suas propostas de apoio do papel, como os programas anteriormente anunciados, como o Pronampe, para que os créditos para pequenas empresas covid cheguem a elas, evitando um desconhecido número de novos desalentados no país.
Fonte: Veja – Abril
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