De acordo com um levantamento realizado pela consultoria KPMG, cerca de um quarto dos executivos de grandes empresas esperam queda de receitas em 2020, avaliando entre 10% a 25% neste ano.
Para compor os dados da pesquisa, foram entrevistados 91 executivos de todo o país, com 25,27% dos entrevistados afirmando que já esperam uma queda de receitas em 2020 em torno de 10% a 25%, enquanto cerca de 13,19% dos entrevistados preveem recuo de até 10%, e outros 13,19 esperam quedas entre 25% e 50%.
Apenas 5,48% dos entrevistados estimam receitas abaixo de 50% em relação ao ano passado, com os outros 18,68% apostando num faturamento no mesmo nível de 2019.
Na contramão, 24,18% dos executivos entrevistados disseram esperar aumento no faturamento, a despeito da crise de covid-19
Cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que haverá queda de receitas em 2020
De acordo com o sócio-líder de Clientes e Mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul – André Coutinho – afirma que a parcela de entrevistados apostando em um aumento de faturamento em 2020 é condizente com outro estudo realizado da consultoria, divulgado em abril, sobre o “padrão de retomada da economia”
Segundo Coutinho, na época da pesquisa sobre “padrão de retomada da economia”, a análise sugeriu que a retomada de atividades como varejo, farmácia online, entrega a domicílio de comida, telemedicina e streaming de vídeo poderiam experimentar crescimento.
No entanto, apesar desse crescimento, cerca de 50% dos executivos entrevistados afirmaram que ainda sim haveria queda de receitas em 2020.
O levantamento, ao qual o jornal Estadão teve acesso, foi realizado no começo de junho, referente a abril e maio. Segundo o sócio da KPMG, “a ideia é repetir essa pesquisa todo mês para permitir avaliar a evolução da percepção dos executivos.”
Por enquanto, o cenário de recuperação rápida parece ainda distante, mesmo que o “fundo do poço” da crise tenha ficado em abril e maio. O levantamento da KPMG mostrou uma piora do quadro na passagem de abril para maio. Em abril, 65,93% dos entrevistados apontaram queda no faturamento ante igual mês de 2019. Em maio, foram 70,33%.
Executivos também não preveem melhoras em 2021 para o país
Além disso, quase um quarto dos entrevistados (23,08%) espera crescimento econômico zero ou negativo em 2021, enquanto 57,14% apostam que a economia crescerá até 3,0%.
No entanto, segundo os executivos, mesmo que cresça 3,0%, a economia não teria desempenho suficiente para se recuperar da retração de 2020, projetada em 5,95%, conforme a edição mais recente do relatório Focus, do Banco Central (BC). Apenas 7,69% dos entrevistados pela KPMG esperam crescimento acima de 5,0% em 2021.
Vale ainda destacar que, mesmo que algumas atividades tenham crescimento acima da média nesse período, estes crescimentos podem não se confirmar, tendo uma retração logo em seguida.
Um exemplo de crescimento acima da média é referente às assinaturas dos serviços de “streaming de vídeo” Afinal, quando passar a quarentena, as assinaturas serão mantidas?
Coutinho também cita a telemedicina como outra oportunidade de novos negócios, que parece promissora. “Algumas transformações parecem que vieram para ficar, mas tudo vai depender da experiência do consumidor”.
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Fonte: InfoMoney
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